sábado, 29 de outubro de 2011

Esfinge

Decifra-me ou te devoro disse um dia a tal esfinge
Devoro-te antes de me decifrar dizem os teus olhos
Recuo sem chance de tentar, mas insisto em tentar antes de recuar
Contradições... Querer não querer...
O que me prende à tua imagem?
O que me me faz acreditar no que criei?
A reposta permanecerá oculta no vão das tuas palavras
Enquanto o meu nome permanecerá oculto nos teu lábios
Enquanto a angustia será a túnica que me veste...
enquanto você se embala e se aquece em braços que não os meus...
Sigo decifrando o mistério
Um dia quem sabe terei a resposta que tanto busco
derrotarei a esfinge e enganarei os teus olhos
E assim terás o meu calor
E assim vestiras da minha pele
E assim verás que as mentiras vividas até a qui
sucumbirão à luz dos beijos doces que te embalarão o sono.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O tal do Ménage que não deu certo


            Não faz muito tempo, um casal de amigos me fez uma proposta mais que indecorosa... Indecente! Mas Vamos aos fatos...
            É óbvio que não vou espalhar as identidades das pessoas envolvidas nesse fato, até porque minhas atitudes são regidas pela ética que mamãe me ensinou, mas para identificá-las usarei o termo casal, ou ainda, amigos.
            Era sexta-feira a noite do mês de junho de 2010. O telefone toca e quando atendi, era o tal casal querendo falar comigo pessoalmente e mal sabia eu que na verdade eles queriam o meu corpo másculo, suado e pronto para o desfrute... hehehe Convidaram-me para assistir DVD na casa deles e como minha agenda tava cheia _de espaços vazios_ eu fui. Mas nunca poderia imaginar o que estava por vir... 
           Assistimos alguns filmes dos quais não me recordo, acho que dormi em um deles motivado pela emoção e dinamismo das cenas, mas tudo bem, isso não vem ao caso agora. Ao termino da sessão, fomos comer. Eles prepararam um lanche para nós três. E devo confessar que adorei. Adoro comida japonesa... Papo vai, papo vem, começamos a falar de relacionamentos, seus altos e  baixos e estranhei o assunto. Eles já estavam juntos a mais ou menos um ano e eram o meu modelo de namoro "perfeito", porém a verdade é que a tal perfeição só existia nas cabeças românticas como a minha, O cotidiano do casal estava abalado pela rotina e estavam prestes a estrelar as páginas policias desses jornais de um real, com direito a foto de capa e matéria de duas páginas inteiras, frente e verso. Ta, to exagerando, eu sei, mas a coisa tava feia mesmo...
            Tentei minimizar os fatos, afinal qual o relacionamento que não tem sua fase ruim? Mas eles não estavam muito afim de ouvir psicologia de botequim. Perguntei o que eles estavam pensando fazer para tentar mudar essa situação e se estavam dispostos a voltarem a ser um casal feliz e "normal" _se bem que a normalidade de um casal é ser complicadamente controverso, rotineiro e na maioria das vezes, infeliz... E essa não é uma visão despeitada, e sim estatística. Aliás, o IBGE bem que poderia incluir ao Censo a pergunta " Você é feliz no seu relacionamento? Talvez poderíamos nos chocar com a resposta, mas voltando ao "x" da nossa questão, eles disseram então que discutiram a relação, identificaram os pontos-chave que os incomodam e propuseram a buscar uma solução para resolver suas diferenças. 
           O grande problema desse casal é a rotina. casaram muito cedo, não aproveitaram  quase nada da vida e a essas alturas sentiam falta das experiências que não tiveram. A vida de casados, que antes parecia libertadora ( dos pais, principalmente) tornou-se mecânica e enfadonha como um trabalho com ponto diário pela manhã e pela noite, antes de dormir. Estavam numa mesmice só. As mesmas discussões, as mesmas posições, os mesmos locais, os mesmos horários, e o pior, a mesma falta de paciência e de vontade par aum com o outro. 
           Confesso que fizeram confidências que não posso contar aqui pelo grau de intimidade das mesmas, mas poso dizer que me causaram crises homéricas de risos, ao ponto de quase me fazerem molhar as calças... E não de prazer... hehehe Sugeri que saíssem mais, tentassem novas posições, tentassem uns jogos interessantes, locais diferentes e, porque não perigosos, mas pelo jeito não estava adiantando muito... Já desanimado, perguntei o que eu, pobre mortal, poderia fazer para ajudá-los: ouvir e tentar buscar com eles uma solução? Beber e reclamar da vida ao lado deles? Fazer figuração na DR alheia? M espocar de rir com a situação que os dois me envolveram? e para minha surpresa a resposta foi essa: queremos fazer um ménage contigo! Oi? (pausa dramática, depois de quase me engasgar com coca cola...) Não é que eu faça a linha Sandy, mas confesso que fiquei um tanto chocado com o pedido. Nunca havia visto o dois com outros olhos que não seja os da amizade. Imagem como fiquei... 
           Se eu estivesse em pé, com certeza cairia sentado em pânico ou coisa parecida, mas em vez disso tive apenas uma crise de riso... ( eu sempre tenho crise de riso quando fico muito nervoso e não sei o que dizer). Depois de me recompor perguntei se estavam loucos, se a coisa estava tão feia ao ponto de não se amarem mais e num rápido rompante de pudor perguntei  o que pensavam que eu fosse, mas isso passou logo hehehe afinal, nunca tive vocação pra Sandy... To mais pra Devassa mesmo!. hehehe
          A verdade é que eles sempre tiveram o fetiche de transar a 3 ou a 4 ou a 5 ou a quantos mais pudessem simultaneamente, mas nunca tiveram coragem de dizer ao outro... E depois eu é que sou a Devassa... Mas vamos continuar. Depois do meu estranhamento, me virei no Freud e tentei fazer com que mudassem de ideia, mas em vão, mesmo falando que Ménage pode destruir o casal que o experimenta,  já estavam resolvidos e queriam que fosse comigo, por nossa relação de cumplicidade, afinal, é preferível dormir com o amigo de que com o inimigo _ tá, essa foi péssima, mas deu pra entender, né? Beleza.   
          Ah, sim! Porque eu eu não queria fazer o Ménage? Simplesmente porque sexo a três não é recomendável para casal apaixonado e ciumento devido às consequências do  pós ato: quem já era ciumento, ficará infinitamente mais ciumento ainda, O corpo do outro poderá ser alvo de rejeição, motivados pela lembrança dos toques da outra pessoa ainda ressoando na pele do amado, a relação perde a pureza e a cumplicidade do ser dois em um e ganha o fantasma de um ser estranho violando a relação. Mas nada disso foi suficiente para convencer meus amigos a desistirem dessa ideia maluca. Perguntaram se eu toparia e fiquei tentado a desistir, mas, taurino com ascendente em sagitário que sou, amplamente sensualizado pelo desejo carnal, acabei topando. O casal ficou eufórico. Era a primeira vez em muito tempo que tocavam outro corpo que não fosse os deles, pareciam adolescentes inexperiente descobrindo o prazer. "O que eu faço? Onde eu fico? No meio, em cima ou de ladinho? E agora?" Pedi calma, tomamos uns bons drink, e primeiro curtimos boas preliminares uma sessão de toques e reconhecimento do outro _isso foi extremamente estranho para todos nós. Confesso que sexo com amigos pode não ser a melhor experiência das nossas vidas... E no fundo eu sabia que isso não daria certo, mas continuei... 
            Massagens, toques, beijos, amasso mais pesado, liberdade sobre o corpo do outro, sexo oral, penetração...   Suor, cheiros, gemidos, lágrimas... Lágrimas? SIM! LÁGRIMAS!  Algo saiu errado: de repente a cumplicidade do trio se desfez e uma das pessoas rompeu a corrente, não aguentou ver o seu amor sendo tocado por outro homem... E pior, sentindo prazer com outro homem... Prazer que talvez nunca demonstrara durante as relações do casal...E o tal Ménage  acabou virando DR a troi... Ou, como diria minha amiga Ana, um Ó bem grande... 
             E logo eu fui esquecido ali em cima da cama como um travesseiro qualquer, voltei a ser figurante na história e sem poder sair.... Até porque naquele instante eu, de certa forma, já era parte do casal, ao menos naquele dia. E foi choro pra cá, choro pra lá, arrependimentos... Mas no fim, eles se acertaram, graças ao bom Deus e ao meu poder de convencimento hehehe . Depois do acontecido, fiquei mal com o que poderia acontecer, não tive a maturidade habitual pra dividir um sexo casual de uma relação de amor, no caso amizade, de longa data e ficamos um tempo sem nos falar, o pior foi encontrá-los tantas vezes na rua e não ter mais a intimidade e a liberdade de antes. Eu sempre ouvi que o sexo e a maior prova de intimidade entre duas pessoas, mas se é assim, porque sempre ficamos estranhos quando encontramos ex-namorados? No meu caso, amigos que transaram comigo? 
            Mas não foi eu que fiquei mal, eles,depois do Ménage, ficaram um tempo sem se ver e se tocar, mas depois de muita reflexão, concluíram que o amor, o desejo, a senvergonhice, ou seja lá oque você achar mais adequado, que sintam um pelo outro ( eu ainda não decidi o que penso a respeito) falou mais alto e o os dois voltaram. Depois de um tempo resolveram me procurar  e disseram que apesar de tudo, estão bem. que estão mais unidos, que a cama,  ficou mais interessante e sem a presença de mais ninguém , no entanto, ambos confessaram-me posteriormente, em off, que mantinham relações extraconjugais ( o que reafirma minha teoria de que mènage é covardemente viciante, pois causa dependeria de uma terceira pessoa para apimentar a relação)... 
           Somente quem sabia dessa história eramos os três envolvidos. Hoje os meus amigos não morammais em  Belém, estão fazendo pós em outro estado e Deus sabe se voltam. Mas continuamos mantendo contato quase diário e morro de saudade deles, mas sem malícia por favor. Morro de saudade da companhia deles, de conversar cara a cara sobre um monte de bobagens e algumas coisas sérias, de discutir o que achamos mais bonito, mais feio, mais interessante e mais ridículo... Dos risos que eles me arrancam... Saudade... Não sei exatamente se deles ou do tempo que eu voava sem medo dos temporais que a vida me reserva... Mas sei que sinto saudade! 


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

E chega o fim...

E chega o fim... depois de três meses de convivência, de alegrias e de tristezas, diria até aborrecimentos e decepções graves... chega o fim! O coração chora a perda de uma pessoa tão especial... Muitos foram os motivos (de ambas as partes) que fizeram com que esse coração não tivesse forças para continuar batendo em função de dois. Confesso que esse foi o relacionamento que mais mexeu comigo até hoje, o que alimentou vários planos de vida a dois, de futuro ao lado de alguém. Logo eu que sempre lutei por inependência e liberdade, me vi preso, por livre vontade, a um amor que acreditei ser "pra sempre"... Mas lutar contra meu coração condoreiro que sabe amar, mas não viver preso e oprimido, não é algo muito fácil, nem justo com nenhum dos envolvidos nessa história... E o resultado dessa batalha foi que acabei  descobrindo que o poeta continua certo: "o pra sempre, sempre acaba"...
Não nego que estou dividido entre o fim e o recomeço, mas não quero levar uma relação isntável com ninguém, uma relação onde posso a qualquer hora dormir marido e acordar ex-namorado, uma relação sem confiança mútua, sem respeito mútuo, sem amor... Não!... Sem amor não! Se há uma certeza dentro de mim é que amo e com todas as letras, mas ninguém além de pai, mãe e filhos deve ser amado por nós,  mais que a nós mesmos. Aquela história que o AMOR tudo sofre, tudo crê, tudo perdoa só é bonito na Bíblia, na vida real é desleal, covarde, vergonhoso... Não é digno de ninguém. Eu já passei por isso antes e não quero reviver esse filme de terror psicológico que só almenta nossas feridas e nos embrutece cada vez mais. Não quero me fechar para o Amor, mas preciso de um tempo para mim, preciso de coisas que me alegram, preciso ser feliz! Preciso de tudo oque não estou tendo hoje...
Eu já não canto no chuveiro, não danço quando limpo e arrumo a casa, já não me divirto como antes, não me concentro nos estudos, não passeio como outrora... Parece que uma rede invisível me impede de ser eu mesmo e isso é muito ruim...
Não quero machucar o meu amor, mas também não posso viver nos machucando. Confesso: sou uma pessoa difícil de se conviver. Se me limitam a liberdade conquistada com muita luta anterior, eu me sinto acuado e stressado, me torno até intolerante para certos assuntos. Sou vingativo, se aprontam comigo, faço três vezes pior. Se me ferem eu dilacero; se me ofendem eu arraso... Isso não faz bem pra mim, nem pra quem recebe as minhas ações... 
Hoje eu só quero uma coisa: PAZ!
Falando um pouco direcionado ao meu ex-relacionamento: nós passamos muitas coisas ruins, isso é inegável... Mas faço questão de lembrar de você só pelas coisas boas, alias, eu sempre lembro dos meus relacionamentos somente pelas coisas boas, independente de como  foram e terminaram. Por isso você nunca entendeu minha relação com as pessoas que passaram por minha vida e sempre achou que ainda as amava, quando na verdade eu simplesmente não gosto de manter sentimentos ruins dentro de mim, isso me consome e me destroi aos poucos. 
Torço para que você possa aceitar o término do nosso namoro e que possamos manter a convivência sem brigas. Pude não ter sido o melhor dos namorados, mas uma vez me disseram que sou um ótimo amigo... Gosto muito de ti! Meu mundo acaba de ficar incompleto, mas se não há outro jeito... Terei de aprender a viver com ele assim mesmo e tentar compensar a tua falta com o meu trabalho e meus estudos. Espero que você também faça o mesmo...
Estou ouvindo uma música que me fez lembrar de ti, de tudo o que aprendi contigo e o quanto te ensinei, dos teus braços que não serão mais meu travesseiro, das palavras que guardei pra não te ofender e das que falei sem pensar e te ofenderam...  Das nossas lágrimas... Como essas que estão caindo agora dos meus olhos... Podes ter certeza que você sempre estará comigo em minha vida, em minhas orações, em meu sorriso...  Em nossa tatuagem... hehehehe